Um momento das férias

Férias na Argentina, para me sentir em casa

Uma viagem transformadora à Argentina revelou laços de amizade e uma experiência inesperada de missão. Acolhimento e encontros que possibilitaram, «literalmente, responder a Cristo»

Ir até a Argentina e participar das férias dos Universitários foi uma aventura para mim. Aventura, pois saí do Brasil dia 25 de dezembro, de carro, com mais oito amigos (destes, somente eu participei das férias). Foram quatro dias de viagem e depois dias belíssimos e intensos na companhia dos amigos de Santa Fé, Ingeniero Maschwits e Buenos Aires.

Voltei para casa imensamente grato por tudo, mas sobretudo pelo modo como fui acolhido, que certamente não é somente uma característica cultural ou uma simpatia. É algo que Deus faz: um estrangeiro se sentir em casa e um brasileiro irmão de argentinos, na lógica do mundo é impensável!

Queria dizer, sinteticamente, sobre o gesto da missão. Nos foi proposto irmos pelas ruas de Bariloche convidando as pessoas que encontrássemos para participarem conosco de um momento cujo tema era a alegria. Inicialmente pensava ser algo absurdo, mas decidi seguir; sempre que sigo a realidade me surpreende. Estávamos em uma avenida e me deparei com um grupo de mendigos, eles me viram com as revistas Huellas na mão e me perguntaram quem eu era. Eu, com um espanhol básico, expliquei quem era e de onde vinha, convidei-os para o gesto e me impressionei pela forma como eles ficaram felizes quando contei que o gesto falava justamente sobre a alegria. Quando meu grupo estava voltando para o hotel, fazendo o mesmo percurso, encontramos outros amigos do CLU conversando com eles e, surpreendentemente, um deles foi até o hotel participar do gesto.

Me comoveu o gesto da missão não somente pelo fato de algumas pessoas terem aderido ao nosso convite, mas pelo gesto em si. Sair pelas ruas dizendo explicitamente quem somos é sinal de um dilatar de uma comunhão que estamos vivendo, que gera uma paixão por cada homem, por cada pessoa que encontramos, até chegar àqueles moradores de rua. Era, literalmente, responder a Cristo, que nos chamava naquele lugar, sem condições especiais.

Através desse momento me dei conta de que o meu maior desejo é que a preferência que me alcançou através do Movimento transborde e chegue a todos. Que todos um dia experimentem minimamente o amor que eu experimento, a ponto de me sentir em casa em qualquer lugar do mundo, de me sentir plenamente amado com todas as falhas e desafinações.

Por isso, agradeço infinitamente por esses dias, que estão me ajudando a viver meu cotidiano aqui, em outro país, em outra realidade, com outras pessoas.

Jean, Belo Horizonte